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4/21/2015

Invisível l



Nem sempre existência de uma pessoa, significa que ela tenha vida.
No mundo eu escrevi e continuo escrevendo minha história, mas dependendo quem me olha eu sou inexistente.
Tive mil razões para viver, assim como outras mil para morrer.
Amei muito, sem saber ao certo se fui amado.
Assim como, talvez fosse amado sem saber amar.
Estive no topo e me senti sem valor, e se no fundo do poço, lá inexiste o amor.
Todos olham através de minha transparência, nunca vêem quem eu sou.
Por vezes sou o trabalho perfeito, outras vagabundo de rua.
Minha história nunca será escrita, apenas vivida por mim.
Se em um dia estou de carrão em outro estou deitado no chão.
Meus entes de mim esqueceram, tudo que fiz, fui e aconteceu.
Agora isso já morreu certo foi o espaço de vida que existiu.
Erguia-se a taça, rodeado de amigos em graça, sentia o vicio corroendo, e de meu ser, o âmago morrendo.
Por muitos corpos no desejo passando, poderoso e viril.
Hoje meu corpo é capengo dolorido e febril.
Compartilhando falsos amores, que só deixavam dores, mas segui firme minha decisão.
Muitas amizades, duradouras somente na saudade.
Construí futuro que não eram meus, tentei ou realizei sonhos que foram meus pesadelos.
Hoje, há o hoje. Tão distante esta.
E você que esta lendo, algum dia me viu, olhou realmente para mim?
Sabe quem sou?
Sou aquele que um dia, te deu um abraço.
Eu sou aquele que te pagou uma bebida, lembra quando te ofereci o cigarro?
Eu andava bem vestido, roupa de marca, todos queriam minha companhia.
Muitas pessoas desejavam meu corpo, contar com minha presença em seus festejos.
Mas agora, esse difícil agora, quando estou invisível, e você nem me nota.
Eu passo a seu lado, não me vê.
Peço apenas comida, e não me houve.
Quando sinto sede, não me oferece água,
Apenas me olhe, eu sou o ser, que esta junto a você ou em sua frente.
Não me deixe invisível.


(Sergio Quegi-21/04/2015)

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